terça-feira, 29 de novembro de 2011

DESPEDIDA

Por decisão dos proprietários da web radio Vertical Rock, o domínio desta foi vendido, sendo assim, findadas as atividades deste programa Vertical Classic Rock.
Cabe a nós agradecer a todos os convidados, colaboradores e principalmente ouvintes de nosso programa.  Por mais de um ano, foi muito divertido e engrandecedor realizar este trabalho, sempre fomentando a filosofia de vida do rock and roll local, nacional e internacional.
Fiquem em paz.

Mário Orestes.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O Filme e o Vinil

Segundo disco da banda manauara Chá de Flores, “O Filme e o Vinil...” (assim mesmo com reticências no final do nome), foi lançado no ano de 2006 e é um álbum interessante com bons momentos e resquícios de amadurecimento de quem insiste no amadorismo independente.

Capa do segundo CD da Chá de Flores
A bolachinha abre com a ótima homônima ao disco que tem uma introdução forjando uma agulha analógica num disco de vinil.  Rockãobásico com letra juvenil, cadência cativante e refrão pegajoso.  Em segundo vem “A Chave do Seu Coração”.  Um punk rock que mostra o ponto forte e o ponto fraco do grupo. Respectivamente: refrão convidativo e letra quase infantil.  Contudo, um excelente traço já é evidenciado, o domínio no instrumento tocado pelo guitarrista Jean Carlos, também guitarrista da banda Zona Tribal.  Em terceira posição está “Cordel Verde” onde Jean explora melhor os efeitos que casam perfeitamente com a letra que mantém o espírito juvenil, mas ilustrado com características amazônicas.  Um breque no meio da canção ajuda destacar alguns ruídos de estúdio.  A quarta faixa é “Geração Fumaça” que abre com uma divertida introdução que tem diálogo sugestivo do vocalista Bosco Leão e do guitarrista Jean.  A canção em si não mostra nada apenas do que mais do mesmo da juventude exaltada empunch.  Em seguida vem “Doutor Banzeiro” que tem como destaque o contra tempo do excelente baterista Augusto Nunes, também baterista da banda Underflow.  Nesta composição o que parecia impossível acontece: o teor adolescente das letras consegue ser interessante.  A analogia dos impactos ambientais com as consequências maléficas das drogas, foi uma sacada genial e mostra que pode haver amadurecimento nas composições, sem perder esse apelo adolescente.  A próxima é “Close-up” que reforça as qualidades de Guto como baterista, que não precisa de uma música complexa para mostrar sua competência como músico.  Mais uma vez, uma letra boa que foge um pouco da pegada juvenil.  Na sequência vem uma conhecida “Algemas Malditas”, que é um punk rock que consta no primeiro disco da banda e apesar de ser uma boa música, poderia dar lugar a uma inédita.  A desculpa para a repetência é da indignação com o cenário político brasileiro, visto que a letra expõe uma dura crítica ao tema.  Mas se levarmos em consideração esse argumento, a música será reproduzida em toda e qualquer gravação que fizerem no decorrer de décadas.  A última faixa é a chata balada “Bossa Nova Atual”.  Típica música “mamãe, quero ser famoso”.  É a apelação pra tocar na rádio que não acrescenta nada de muito criativo com exceção de Jean que mostra suas influências de blues nos solos de fundo dos arranjos.  Pra fechar a bolachinha vem uma curiosidade, umdion de rádio que acaba por revelar uma suposta radialista biografando a banda.
A arte gráfica, como é costume nas produções manauaras, deixa a desejar e tem direção artística bem fraquinha.  A Chá de Flores hoje encontra-se no quase ostracismo com shows esporádicos e formação incerta com Bosco se aproveitando de seu carisma e da acessibilidade da mídia digital para produções de vídeos caseiros que buscam a auto promoção.  Em suma, “O Filme e o Vinil...” não é nenhuma obra prima e é bem inferior aodebut da banda no tocante à criatividade.  Porém, vale audição e pode ter momentos excelentes se buscar-se apenas diversão descompromissada.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Halloween do Vitrola 2011

DIA 29/10 ACONTECE NO VITROLA MUSIC HALL O EVENTO HALLOWEEN, O ÚNICO COM ESPAÇO PARA AS BANDAS DA CENA UNDERGROUND DA CIDADE, VAMOS MAIS UMA VEZ NOS UNIR E PRESTIGIAR!!!
INGRESSOS A PREÇOS ACESSÍVEIS:
ATÉ ÀS 23:00 H É R$ 5,00 PARA TODOS
DEPOIS DAS 23:00 H HOMEM PAGA R$ 10,00 E A MULHERADA CONTINUA NOS R$ 5,00 
STAND DE VENDAS DE CD'S, CAMISAS E PATCHES DA UNDERGROUND BRASIL DISTRO

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Rock Contra a Violência

No próximo dia 26 de outubro, quarta-feira, o projeto Tacacá da Bossa apresenta a Banda SPH Rock and Roll numa apresentação especial, o evento ROCK CONTRA A VIOLÊNCIA...

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Metal Made in Manaus

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Vinil Rock Live

domingo, 9 de outubro de 2011

Revenge 2011

REVENGE 2011
DIA 15/10 - 22 H EM PONTO
LOCAL: VITROLA MUSIC HALL (ANTIGO TULIPA NEGRA)
BANDAS E HORÁRIO:
LIBRA 23:00 - BRUTAL EXUBERÂNCIA 00:00- HAWAKE 01:00 - AUTO DESTRUIÇÃO 02:00
ENTRADAS:
R$ 10 (HOMEM) R$ 5 (MULHER - LEVAR TROCADO)

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Metal Made in Manaus / Comando Etílico

NOS MESES DE OUTUBRO E NOVEMBRO, A CENA UNDERGROUND DE MANAUS IRÁ ESTREMECER COM OS EVENTOS:
METAL MADE IN MANAUS - ACONTECERÁ NO DIA 23 DE OUTUBRO, UM DOMINGÃO (VÉSPERA DE FERIADO), PARA QUEBRAR A ROTINA MASSANTE. O EVENTO CONTARÁ COM A PRESENÇA DE 10 BANDAS EM SEUS MAIS VARIADOS ESTILOS.
COMANDO ETÍLICO - DIRETAMENTE DO RIO GRANDE DO NORTE UMA DAS MAIS PROMISSORAS REPRESENTANTES DA CENA METAL NACIONAL, VEM A MANAUS DESTILAR SEU POTENCIAL. METAL OLD SCHOOL CANTADO EM PORTUGUÊS. O EVENTO ACONTECERÁ NO DIA 19 DE NOVEMBRO

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

High Fidelity trailer

Trailer do filme High Fidelity (Alta Fidelidade), já resenhado neste blog.  Dica de diversão certa pra quem curte bom humor com muitas referências musicais.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Aqui No Mato Tem Ska

            Irreverentes, Veneno Da Madruga, Tucumanos, Flash, Several, Tulipa Negra, Sutíferas Navis, Espantalho, Anestesia, Junke Crude, Soda Billy, Homicide e outros nomes, são algumas das surpresas que o cenário musical manauara já apresentou durante algumas décadas. Dentre essas surpresas, há uma que encontra-se em um longo hiato, mas já agitou bastante as noites de Manaus e ainda promete retornar a qualquer momento com um segundo disco. Estamos falando da Deskarados. Reagge, ska e rock pop com muito alto astral, é a principal receita que abriga o primeiro CD lançado no ano de 2001 com o título de “Aqui No Mato Tem Ska”.
O alto astral da Deskarados estampado até na capa do CD
          O disco abre com uma ótima instrumental curtinha que tem uma introdução com o áudio de membros da banda andando de skate pelas ruas de Manaus. Chegam a citar a mitológica Praça do Congresso. Em segunda faixa está “Projeto De Vida”. Um bom ska que o guitarrista/vocalista Rato fez em homenagem a seu pai, deixando isso bem claro na letra. A terceira faixa é “Mão De Obra Barata”, um hit que chegou a tocar nas rádios. Reagge com levada ska que tem ótima letra e um refrão muito convidativo para o canto. A quarta “Menino De Rua” é um reagge um tanto deprê com uma letra bem realista no tocante ao mundo errante dos menores abandonados. Em quinto lugar está “Os Caras São Do Ska” que é um reagge bem pra frente e dançante. Em seguida o alto astral toma conta com outro grande hit da banda. “Meu Bem Amado” também tem refrão cantante e levada ska totalmente contagiante. Uma pérola de nossa música que remete a Jorge Amado. Na sequência “Tudo Como Era Antes” traz um reagge romântico com pitadas de pop rock que também chegou a tocar em rádios na época do lançamento. Pena que o jabá impera e essas maravilhas estão esquecidas nos arquivos dos meios de comunicação. A próxima faixa “Você É Só Cão” volta ao ska agitado com uma letra bem direta ao machismo. “Náufrago Da Esperança” emenda num reagge com excelentes arranjos e grande letra libertária que possui várias referências. Música emblemática de qualidade inquestionável. “Retrato Falado” é a próxima e volta a divertir o ouvinte com ska rápido. Também com boa letra de mais outro monte de referências. No meado da canção há uma quebrada meio samba, mas o ska volta com um solo de sax e a música termina num reagge roots. Pra fechar a bolachinha com chave de ouro vem a perfeita “Macuco Jonathan”. A introdução é uma plasticidade cênica da letra que segue, contando uma história lúdica. Um reagge de levada slow até um pouco mais da metade, quando acelera para um ânimo de despedida.
          A linda capa compensa a ausência de um encarte mais detalhado com as letras e créditos dignos. Coisas da música manauara. A produção como um todo está boa, mas não perfeita. Contudo, os arranjos da Deskarados são muito bons, as composições de bom gosto e o registro histórico, pois até então havia sido o primeiro disco de reagge e ska do Amazonas. Procure copiar de alguém “Aqui No Mato Tem Ska”, porque dificilmente esse disco se encontrara pra venda.

sábado, 27 de agosto de 2011

Thrash 'N Hells III

NESTE SÁBADO, 27/08, ACONTECE MAIS UMA EDIÇÃO DO EVENTO THRASH 'N HELLS

PARTICIPAÇÃO:
PLATOON
AUTO-DESTRUIÇÃO
HIPNOSE DEATH
EXTREMAMENTE TOSCO

LOCAL: BAR THE OTHER PLACE (BAR DOS HELLS ANGELS)
ÀS 21:00H
RUA JACIRA REIS - TRAVESSA PONTA NEGRA
QUASE ESQUINA COM AVENIDA SÃO JORGE (ESTRADA DA PONTA NEGRA)
ENTRADA: R$ 10,00
STAND DE VENDAS DE CD'S DA UNDERGROUND BRASIL DISTRO

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Comunicado

Devido a obras de reforma nos estúdios da Rádio Vertical, o programa Vertical Classic Rock estará momentaneamente suspenso até setembro.  Contudo, esperamos voltar ao ar o mais rápido possível.
Gratos pela compreensão.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Show de Retorno da Glory Opera

              Uma das maiores e consagradas bandas de heavy Metal do Brasil está de volta. Depois de um hiato de 5 anos, a Glory Opera faz nesse sábado (27/08), na Quadra da Vitória Régia, um show que na verdade será uma grande festa de retorno aos palcos.A apresentação marca ainda as presenças de Jean Rothen, primeiro guitarrista da banda, Casé Mar e Emerson Dácio, membros da formação original da Glory Opera. O pré – show fica por conta da Dangerline e Snatch.
           A Snatch faz um rock alternativo e progressivo autoral, com letras compostas em inglês. A banda foi um dos destaques do Festival Até o Tucupi 2010, onde fez uma das melhores apresentações, tendo uma boa aceitação do público.
           Em entrevista a Intera on line, Jean Rothen disse que a possibilidade de compor um terceiro CD, e voltar a tocar com o Helmut e Humberto, foi a maior motivação para o retorno à banda. “Temos uma química muito boa pra estúdio e shows, além de por em prática alguns sonhos que ficaram na gaveta por estes anos”, salientou Rothen.
Jean Rothen

          Perguntado sobre os futuros projetos da banda o guitarrista escondeu o jogo, mas deixou bem claro que a Glory Opera deve seguir uma direção mais progressiva e pesada, se distanciando um pouco da linha melódica. Leia a entrevista na integra feita pelo jornalista Thiago Hermido:

Glory Opera
            Formada em 97, A banda faz um heavy “melódico progressivo”, com letras que valorizam o regionalismo, abordando lendas e mitos da Amazônia, com ritmos e batidas características da música, algo que a Jack Daniel’s Inc. tentou fazer no começou dos anos 90.
            A Glory opera tem dois discos lançados, “Rising Moangá” (2002) e “Equilibrium” (2007). Com esses álbuns teve um reconhecimento nacional e foi bem recebido em países da Europa, Japão e América Latina. A banda foi destaque em várias revistas especializadas como “Rock Brigade” e “Roadie Crew”.
              A banda recebeu vários prêmios nacionais de destaque como revelação no ano de 2002. A Glory Opera já dividiu o palco com head lines do Metal mundial como Shaaman, Symphony X e Nightwish.
            Blog Manifesto Rock conversou com vários membros de bandas da cena metal de Manaus, sobre a volta aos palcos da Glory Opera, confira alguns comentários:
            Eddie “Cabeleira”Jr. Músico e produtor, ex – integrande da Jack Daniel’s Incorp. (Por muito tempo figurou como a melhor banda de Metal local)
           Acho muito bacana essa volta, é bom ter uma banda reconhecida já internacionalmente operando no cenário de origem. Principamente aqui em Manaus, onde parece que nada vai pra frente em termos culturais e maioria das pessoas pouco valorizam os artistas locais. Desejo sucesso à Glory Opera e que dessa vez eles voltem pra ficar
           Ehud Abensur – Sarcásticos – Ainda faz parte da clássica Anesthesia, (Uma das pioneiras do Heavy Metal em Manaus, considerada por muitos, como a grande referência para tudo que se faz até hoje na cena)
            A volta da glory é importante pois dá mais força ao metal amazonense, principalmente pela qualidade técnica do heavy metal que a banda possui. O retorno dessa grande banda somada ao destaque da Nekrost no wacken só exalta ainda mais a qualidade do amazonas no cenário mundial. Sejam bem vindos !!!
            Rod Splater – Vocalista da Hawake (Vencedora da Seletiva Wacken Manaus em 2010)
            É uma das melhores bandas de Heavy metal de Manaus, ela ajudou a crescer a cena, e mostrar que existe musicos talentosos no norte,cresceram seguindo uma influência de Angra e de André Matos que é um referência mundial.
            O Helmut inclusive mora relativamente perto de casa e ensinava bateria para uns amigos meus. Atualmente o metal está crescendo diferente de nossa cidade em alguns aspectos, prova que a cultura de nosso povo está cada vez ligadas à influências do mundo inteiro.
             Erick Moreira – Hipnose Death ( Considerada uma das head lines na cidade)
            Para mim a volta dos caras é de extrema importância para o cenário do metal amazonense. É uma das bandas que ja teve destaque no Brasil e na gringa e com certeza essa reunião vai alimentar mais a chama do metal local. Manaus está passando por uma metamorfose, e o cenário conseguiu atingir o extremo, como a Nekrost que representou o Brasil na Alemanha, isso é motivo de orgulho para nós , músicos do Norte. A Glory Opera está nesse nível, conheço o trabalho deles. Será mais uma a fazer história.

           Os ingressos antecipados custam R$ 20,00 e estão sendo vendidos na IMPORTADORA SÃO LUIZ, na Av. Leopoldo Peres, 322 - Educandos, Fones: 3624-0373/2758.
             A iniciativa é da Rádio Vertical/Programa Vertical Rock com apoio da TV Cultura Manaus. O objetivo é movimentar o cenário musical da cidade, que sempre esteve em evidência e agora ganha mais espaço.
Show GLORY OPERA
Pré-show: SNATCH e DANGERLINE
Onde: QDA. VITÓRIA RÉGIA (Rua Emilio Moreira, Praça 14)
Quando: 20 de agosto, sábado, a partir das 23h
Ingressos: Antecipado R$ 20,00 , na hora R$ 30,00
Informações: (92) 8174-7779
Realização: VERTICAL PRODUÇÕES
Patrocinio:
JAPURA PNEUS
INFOCENTRO
AMAZON MODELISMO
IMPORTADORA SÁO LUIZ
Apoio:
HOTEL BRASIL
LIG LIG
Blogs:
MANIFESTO ROCK
MANAUS ROCK
FOTOCHOPP
ROCK MANAUS
RÁDIO VERTICAL
O Portal Rock da Amazonia
Por Sandro Nine
Manifesto Rock – Cuia Coletiva – Projeto Riffs Desplugados
Fonte: Rádio Vertical e Revista Intera
Agradecimentos:
Eddie Jr
Ehud Abensur
Rod Splater
Erick Moreira

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Especial Nico

Toda última edição do mês, o programa Vertical Classic Rock realiza um especial de duas horas de duração com apenas um artista ou uma banda. Para a edição extraordinária do mês de agosto, o especial será com a cantora Nico, que cantou no primeiro álbum da banda The Velvet Underground. Contudo, nesta edição o programa apresentará músicas apenas dos discos solos de Nico.

A eterna musa junkie da música alternativa
Nascida em Köln na Alemanha em 16 de outubro de 1938, Christa Päffgen começou a trabalhar com apenas 13 anos de idade como modelo fotográfico, devido a sua chamativa beleza física. Realizou inúmeros trabalhos para revistas como Vogue, Elle, Mascotte, Camera entre outras. Fez vários comerciais de televisão, muitas pontas e papéis coadjuvantes em filmes. Ao trabalhar para o artista multimídia Andy Warhol, este lhe criou o pseudônimo de Nico, que na verdade é um anagrama à “ícone”, “icon” no inglês.

O mesmo Warhol que empresariava a banda The Velvet Underground, convenceu John Cale e Lou Reed a colocarem Nico como vocalista do grupo e com eles, Nico gravou o primeiro e mais emblemático disco lançado no ano de 1967, “The Velvet Underground And Nico”. Um marco na história da música alternativa que viria influenciar e virar referência para o gótico, para a new wave e para o punk. Apesar deste ser o único lançado com o Velvet, Nico viria a lançar vários trabalhos posteriores em parceria com estes músicos ou produzidos por eles. Neste mesmo ano sai o primeiro solo de NicoChelsea Girl”, que é basicamente um disco de folk inspirado no filme experimental “Chelsea Girls” de Warhol e Paul Morrissey. Dentre as músicas, versões para canções de Bob Dylan, Lou Reed, John Cale, Jackson Browne e Tim Hardin. No segundo álbum “The Marble Index”, de dois anos depois, Nico compôs todas as músicas, buscando uma satisfação pessoal que não tivera nos resultados de Chelsea. Em 1970 Nico lança o clássico “Desertshore” produzido por John Cale. Neste meio tempo, a cantora se envolve pesadamente com as drogas onde tal envolvimento passa a refletir uma decadência física e o pesado clima em suas músicas. Em 1974 sai “The End” que além da constante participação de Cale, traz também Brian Eno tocando sintetizadores. O exagero nas drogas retardou o trabalho para o próximo disco “Drama Of Exile” que saiu apenas em 1981. Já sem a parceria com Cale, Drama traz um rock mesclado à música oriental. Quatro anos depois sai o último disco de NicoCamera Obscura” que resgata Cale como produtor e apresenta uma dupla acompanhando a cantora, intitulada como “The Faction”. Em 1988, Nico sai de casa para uma rápida compra, tem uma parada cardíaca e como estava de bicicleta, cai e bate a cabeça. A demora para atendimento médico, devido ao fato da modelo não ter plano de saúde, faz com que uma hemorragia cerebral finde a vida desta controversa musa junkie da música alternativa.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

High Fidelity

Produção hollywoodiana do ano de 2000, Alta Fidelidade (High Fidelity) é uma das poucas excelentes comédias românticas que prende o telespectador do começo ao fim.  Com infinitas referências musicais, este filme de 107 minutos com direção de Stephen Frears e inspirado no livro homônimo do escritor inglês Nick Hornby, traz John Cusack atuando grandemente no papel principal, Jack Black também com interpretação brilhante e Todd Louiso, além da participação irreconhecível da belíssima Catherine Zeta-Jones, ponta de Bruce Springsteen como o eterno conselheiro “boss” e outros protagonistas menos relevantes.
O poster do filme High Fidelity
Rob Gordon (Cusack) é proprietário de uma loja sebo de discos em vinil, colecionador, audiófilo, profundo conhecedor da música pop e DJ durante as noites de fim de semana.  Acompanhado de seus dois funcionários Barry (Black) e Dick (Louiso), vive a rotina do comércio moroso refletindo suas crises existenciais e suas frustrações amorosas.  Aliás, estas últimas são o foco de seu drama pessoal que, em seu universo romântico de discos encontra consolo sonoro, mesmo sem encontrar as respostas do porque ele ser infeliz em seus relacionamentos.  O anti socialismo do protagonista é compactuado por seus companheiros que não se arrependem em expulsar clientes da loja pela mínima divergência, até mesmo no âmbito do gosto musical.  Outra mania levada por todo o decorrer do filme é das constantes listas “top 5”.  As 5 mais “lado B”, as 5 preferidas para funerais, as 5 mais para os “foras” e por aí vai.
A trilha sonora é uma pérola à parte e possui nomes como The Velvet Underground, Stiff Little Fingers, Queen, Marvin Gaye, Bob Dylan dentre outros grandes nomes que refletem muito bem o universo quase poético desta história deliciosa que dá aquele gostinho juvenil de “queria viver assim”.
Rob Gordon em seu paraíso sonoro
A versão dublada perde algumas coisas de sentido quando traduzida.  Então, procure assistir o filme legendado.  Recomenda-se também a versão em DVD que traz cenas extras excluídas.
Indicado para quem curte um bom filme de rotina urbana e também para amantes da música pop, colecionadores e pessoas que gostam de procurar referências diversas em cenários, figurinos, diálogos e sons, Alta Fidelidade é uma obra em uma linguagem que aborda aspectos de outra.
Diversão gratuita.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

End Of The Century - The Story Of The Ramones - Trailer

Trailer do documentário "End Of The Century - The Story Of The Ramones", já resenhado neste blog.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Convocação

Convocamos a todos os músicos interessados na dispensa da obrigação de filiação na OMB/AM a comparecerem na reunião datada para o dia 13/08/11, as 16 h, na Aldeia do Rock (Markito tatoo) localizada na Rua João Valério no trecho entre as Avs Djalma Batista e Constantino Nery, munidos de seus RG e CPF para preenchimento de dados para Ação Coletiva que visa a liberdade de exercer suas atividades de músicos sem as perseguições da Ordem.
Se você quiser ficar livre compareça!
Atenciosamente

Ehud Abensur
Organizador da Ação

RUMO A LIBERDADE!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Bauhaus No Cine Sinistro

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Soda Billy

                 Escutar um disco da Soda Billy é uma dádiva. Lembro, logo que conheci a banda, que eu ficava imaginando no quão bom seria se esse grupo que só tocava covers e uma música instrumental própria, gravasse um álbum. Eis que o pedido foi realizado e, sem dúvida, satisfazendo todas as expectativas.
Capa do ótimo CD da banda Soda Billy
                 A bolachinha abre com “Go To The Boogie”, um puta rockabilly cantado em inglês e que tem um alto astral convidativo à dança. Os arranjos com os metais fazem grande marcação e a voz do guitarrista vocalista Matheus Gondim tem um tom um tanto sarcástico, como um blues man ressaqueado, que dá um clima notívago ao som. A instrumental “Festa Swing” é a segunda e tem o mesmo pique da abertura. Boa pra fundo musical de festa mesmo, fazendo jus ao seu título. A próxima “Vou Pegar Aline” mantém o clima de sexta-feira a noite. A letra nos remete a um filme de Marlon Brando com gangues de motos e jaquetas de couro. Em seguida vem a ótima instrumental “Long, Long Road”. Um surf music indicado pra fundo musical de lual com garotas de biquíni, bebidas, fogueira em beira de praia e consequências prazerosas. A sequência mostra uma maravilha inimaginável para o rock manauara. “Bye Bye Baby” é cantado em inglês pela belíssima Kamila Guedes, que não é bela só em sua aparência. Sua voz deliciosa é embriagante e prende a atenção de qualquer homem que tem seu libido despertado pela voz feminina. Um impressionante rythm blues. Outra grande surpresa vem em seguida. “A Ponte” é uma música acústica, mas tem um pique cativante que remete ao blues roots bucólico e nômade. O destaque vai para a gaita de Mario Valle que sola incansavelmente durante toda a canção. No mínimo se bate o pé no ritmo. Outra instrumental vem em sequência. “Kid Mostarda” retorna ao rockabilly dançante com uma pegada forte na guitarra. Mais parecendo trilha de Quentin Tarantino. “Escaravelho Do Amor” é um blusão digno de barzinhos com mesas de bilhar, fumaça de cigarro no ar e mulheres com vestidos decotados. Lembram da única música própria e instrumental que citei no começo do texto? Ela é a próxima. “Surfando No Igarapé Do 40” talvez seja a instrumental do rock manauara mais conhecida. Uma grande música que não podia ficar de fora do disco. A próxima “Have A Good Time” é outro rythm blues que vale um pouco de atenção. Em seguida vem outra instrumental. “Dizzy’s Surf” é uma mistura de surf music com jazz. Mostra as influências jazzísticas da banda e como o grupo é bom pra marcar dança de casal. Outra com a mesma fórmula engata na sequência. “Latina” é uma instrumental que tem uma pitada caribenha. Feita pra terraço ao luar de transatlântico. “Amor Insano” volta com vocais, mas os acompanhamentos dos sopros e os arranjos são típicos de musicistas. Pra fechar o CD, mais uma instrumental. “Bistrô Blues” talvez seja a mais jazz do trabalho. O gostinho de “quero mais” fica no término da audição, junto com a dúvida de se tratar de uma banda de Manaus ou algum grupo retrô de Las Vegas.
              A ausência das letras e dos créditos individuais das músicas passa batido na arte gráfica de Deco Salgado que preencheu o curto encarte com fotos e um visual bem Coca-Cola. Ou seria visual Soda Billy? De qualquer forma o álbum é um grande trabalho indispensável pra quem curte rockabilly, blues, jazz, surf music, boogie woogie, be bop e qualquer outro rótulo vinculado à boa música. Vintage é um termo que se faz pouco para o álbum. Não há dúvidas que se trata de um registro eterno que garante na história da música manauara o reconhecimento do bom rock que existe por aqui.
               Compre sem vacilo.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Siouxsie And The Banshees No Cine Sinistro



 CINE SINISTRO APRESENTA – SIOUXSIE AND THE BANSHEES – NOCTURNE
DATA : 30/07 SÁBADO – HORA: 19H
LOCAL : ESPAÇO CULTURAL “CARPE DIEM”. RUA LEONARDO MALCHER, 1106, CENTRO.
ALTOS DA PAPELARIA PONTO E VÍRGULA (Entre Av. Getúlio Vargas e Tapajós).
Entrada R$ 1,00 - Poesia visual e curta-metragem antes da sessão.
Informações: 9116-6775 (Jorge Bandeira) 8814-1820 (Daniel) 8171-3365 (Jamilson)

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Especial AC/DC

                O programa Vertical Classic Rock faz jus a seu nome e apresenta neste sábado, dia 30, o especial com o grupo australiano AC/DC, onde no decorrer de duas horas, serão apresentadas músicas de todos os discos desta lendária banda de rock and roll básico, de forma cronológica.

AC/DC terá 2:00 no Vertical Classic Rock do dia 30
                No ano de 1973 na cidade de Sydney, os irmãos Angus Young e Malcom Young formaram a banda AC/DC. Mark Evans, Phil Rudd e Bon Scott (caminhoneiro convidado pra cantar por conhecer todas as letras das musicas) completaram o grupo que teve seu nome originado da abreviação de “corrente alternada/contra corrente”, sintetizando assim a carga enérgica do som realizado. Em 1975 lançam o primeiro disco “High Voltage” que ganhou grande destaque entre a imprensa australiana e internacional. O segundo disco do ano posterior, “Dirty Deeds Done Dirt Cheap” confirma a sonoridade marcante de um rock clássico pesado com influências de blues. Em 1977 sai o terceiro petardo, “Let There Be Rock” que também alcança grandes destaques. No disco de 1978 “PowerageCliff Williams substitui Mark Evans e no mesmo ano lançam o ótimo álbum ao vivo “If You Want Blood, You’ve Got It”. No ano seguinte conseguem projeção maior ainda com o sucesso do disco “Highway To Hell”, que tornou-se um marco na carreira. Contudo, em fevereiro deste ano de 1979 acontece a tragédia da morte do vocalista Bon Scott, pela coma alcoólica da ingestão de 43 doses de wisky. Imediatamente a equipe recruta o ex-vocalista da banda Geordie, Brian Johnson para compor o lugar dos vocais principais. Em luto homenagem ao saudoso Bon, lançam o álbum “Back In Black” em 1980. O sucesso é estrondoso. Conseguem ser o primeiro disco mais vendido nos Estados Unidos neste ano e o álbum entra pra historia da música ao ser o segundo disco mais vendido do mundo, perdendo apenas para “Thriller” de Michael Jackson. O trabalho permanece nas paradas de sucesso do mundo todo até os dias de hoje. A partir daí experimentam uma recaída de vendas nos discos sucessores por não conseguirem repetir tal sucesso. Em 1981 sai “For Those About To Rock, We Salute You” e “Flick Of The Switch” em 1983. Em 1984 sai um excelente EP com gravações de 10 anos antes chamado “Jailbreak ‘74”. No mês de julho de 1985 sai “Fly On The Wall” que já conta com Simon Wright substituindo Phil Rudd que não agüenta a baixa temporada de vendas. 1986 é marcado com nova popularidade da banda através da coletânea “Who Made Who” que tem a música inédita, homônima ao título do disco, como trilha sonora de um filme baseado em obra de Stephen King. Em 1988 voltam a lançar um álbum só com músicas inéditas chamado “Blow Up Your Video”. E em 1990 o grupo volta a fazer sucesso com o bom “The Razor’s Edge”, que tem Chris Slade substituindo Wright. Em 1992 sai outro disco ao vivo, “Live” sendo este duplo. Em 1995 é a vez de outro disco de estúdio “Ballbreaker”, que tem a volta do baterista Phil Rudd. Na virada do século o grupo lança o bom “Stiff Upper Lip” que vende bem em muitos países. Após 8 anos sem lançamentos, o grupo libera o álbum “Black Ice” que também é sucesso de vendas em vários lugares do globo terrestre. Desde então, os irmãos Young vêem mantendo a estabilidade na formação e fidelidade no timbre do som, que consagra cada vez o nome do AC/DC pra história do rock mundial. Muitas vezes tachados de hard rock ou heavy metal, sempre negam esses rótulos afirmando tocarem o simples e básico rock and roll.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Ramones Raw

               “Ramones Raw” é o típico documentário completo que agrada fãs, simpatizantes da banda ou leigos que desconhecem essa lenda. Produzido, dirigido e editado por John Cafiero, este DVD ultrapassa a incrível margem de 5 horas de material que inclui cenas de bastidores, entrevistas, depoimentos, participações em programas de TV, passagens de som e shows completos. Além dos já tradicionais extras, também conta com 18 cenas cortadas e 12 imagens escondidas a serem procuradas com certa insistência no menu.
                Boa parte do material se trata de cenas de bastidores filmadas pelos próprios membros da banda e nestas pode-se conferir o quão amado e idolatrado era o grupo. Principalmente nos registros das passagens pelo Brasil e pela Argentina, pode-se concluir que muitos fãs os tinham como deuses. A euforia dos fãs é tanta que chega a assustar os músicos e vira motivo de paródia no documentário. A relação é comparada à febre beatlemaníaca e os músicos taxam os fãs como selvagens. Alguns detalhes vale a pena destacar. A participação do grupo no talk show do personagem de desenho animado Space Ghost, a premiação no Brasil da banda com o primeiro disco de ouro da carreira pelas vendagens do álbum “Mondo Bizarro”, o assédio que Marky Ramone sofre por duas deliciosas fãs, o envolvimento da van de transporte num acidente de trânsito e muitos outros acontecimentos hilariantes mostrados. Pelo fato de boa parte ser filmado pelos próprios membros, algumas cenas não teem um acabamento profissional, mas vale o registro histórico dos momentos. Talvez o único inconveniente seja a ausência de legendas em português. Só há disponíveis legendas em inglês e em espanhol.
                 De qualquer forma “Ramones Raw” é um DVD imperdível que merece uma conferida que proporcionará espanto, admiração e gargalhadas.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Thrash 'N Hells II

A Mapinguari Produções mais uma vez, através de sérias parcerias no meio underground, consegue abrir espaço para o Metal e o HC no bar dos Hells Angels e realiza o segundo evento
THRASH 'N HELLS
Participação das bandas:
Brutal Exuberância - Rumo ao Ferock em Brasília
Evil Syndicate - Rumo ao Festival Metal Selvagem no Acre e ao Setembro Negro em Fortaleza
Disritmia - Retornando às atividades com um novo front man Marcelo Silva (Mortificy)
Extreme Warning - Divulgando seu debut CD-demo "Alcoholic Thrash"
Às 21:00h no The Other Place Bar (Bar dos Hells Angels)
Entrada; R$ 7,00
Sorteio de CD's - Cortesia Underground Brasil Distro
Travessa Ponta Negra
Avenida Jacira Reis quase esquina com a estrada da Ponta Negra
STAND DE VENDAS DE CD'S DA UNDERGOUND BRASIL DISTRO
DIVULGUEM E PARTICIPEM!!!!
APOIO:
AFRÂNIO TATTOO
LOJA ALDEIA DO ROCK
UNDERGROUND BRASIL DISTRO
FLY KINTAL ZINE

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Uma Amazonense Que Entende de Blues

domingo, 26 de junho de 2011

Festival Grito Suburbano

FESTIVAL GRITO SUBURBANO - O MAIOR FESTIVAL UNDERGROUND GRATUITO DE MANAUS!!!!!
COM AS BANDAS:
515 - 15:00
EXTREMAMENTE TOSCO - 14:00
FETOS INOCENTES - 15:00
EVIL SYNDICATE - 16:00
PACTO DI RATO - 17:00
BRUTAL EXUBERÂNCIA - 18:00
CREPÚSCULO - 19:00
HIPNOSE DEATH - 20:00
CTRL+Z - 21:00
OLD FUNEREAL (RR) - 22:00
É O ROCK N ROLL, É O PUNK ROCK, É O METAL... É A UNIÃO SEMPRE FAZENDO A FORÇA!!!!
DIA 03/07 ÀS 13:00
LOCAL: RUA SÃO PEDRO, COROADO II
ACESSE O BLOG DO BAR DO CABELO E VEJA COMO CHEGAR
APRESENTAÇÃO OFICIAL DO EVENTO: SANDRO NINE
ENTRADA FRANCA
PISTA DE SKATE
STAND DE VENDAS DE CD'S DA UNDERGROUND BRASIL DISTRO

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Zona Tribal

Mais uma banda, dentre as que surgiram, na virada do século e continuam em atividades na cidade de Manaus.  No ano de 2003 a Zona Tribal lança este seu primeiro CD, homônimo à banda e consegue uma razoável aceitação de público e crítica, não só pela produção do disco, mas sim por seu incansável ritmo de apresentações contínuas, na época.
O primeiro CD da banda Zona Tribal
Crônica – A Noite” é a canção que abre a bolachinha e exprime logo no início o que se encontrará no restante do disco.  Um rock básico calcado diretamente nos grupos do rock nacional da década de 80.  A segunda faixa “Em Nome Do Pai” tem uma ótima letra, com uma poesia pronta para fazer refletir qualquer cristão fundamentalista.  A terceira “Aldeia Global” é o maior hit da banda.  Já havia ficado famosa na coletânea “Além Da Fronteira – Vol. II” (que também consta a primeira música “Crônica – A Noite), lançada dois anos antes, mas a música realmente tem uma melodia grudenta.  Com um riff que lembra muito a música “Aos Fuzilados Da CSN” dos paulistanos Garotos Podres, a quarta faixa “Suicídio” tem uma letra bem bacana e backing vocals totalmente influenciados por Pixies.  Em seguida vem “Nós Temos Tudo A Ver” que tem uma levada legal e expõe a inspiração no Capital Inicial.  “É Tudo” no meio do disco talvez seja a com menos destaque, não apresenta nenhum diferencial marcante e parece muito o grupo Catedral.  A próxima “Bandeira Nacional” é uma crítica anti nacionalista com base na ausência de soberania devido à submissão econômica e política do Brasil, ao que é imposto pelas nações desenvolvidas.  Na sequência um bom título: “Apocalipse Segundo O Carnaval”.  Um pique de punk rock e uma letra bem humorada com um refrão que convida ao coro.  “Canção Da Semana” segue sendo outro ponto baixo do disco.  Agora já remetendo ao Biquíni Cavadão.  Volta um ponto alto com a música homônima à banda.  “Zona Tribal” é um punk rock básico que poderia muito bem ter sido gravado pelos Inocentes em sua fase mais comercial.  A décima primeira faixa “Pedras No Liquidificador” é uma boa música esquecida ou ignorada por não ter um bom trabalho de produção.  É possível perceber um desafinado da voz numa subida de tom.  A última faixa “Ritual” é outra que tem boa letra e deixa a sensação de que poderia ficar melhor trabalhada.  Fechando a bolacha vem um curto instrumental com flauta que mais parece um lamento psicodélico.
                 O acabamento gráfico até que não é ruim.  Com capa de papelão, para contenção de custos evidentemente, o material acaba se tornando vulnerável com o passar do tempo, mesmo com todo o cuidado de um bom colecionador, mas a arte frontal é sugestiva e o encarte conta com foto da banda, fotos artísticas, letras das músicas e créditos detalhados.  Fica a ausência de uma produção mais refinada que valorizaria mais ainda o trabalho do grupo.  De qualquer forma, vale o registro e o incentivo à Zona Tribal pela perseverança nos ideais.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

End Of The Century - The Story Of The Ramones

Dirigido por Michael Gramaglia e Jim Fields este documentário de 112 minutos (já lançado em DVD no Brasil) saiu no ano de 2003 e foge dos moldes de todos os demais documentários.  O intuito dos diretores não foi o de festejar e mostrar a alegria de uma grande banda de rock.  Ao Contrário, o objetivo é expor o lado negro.  As brigas, a luta pelo domínio de liderança, os desafetos por causa de mulheres, o excesso de drogas, as decepções.  Está tudo ali.  De maneira crua a ponto do próprio Johnny Ramone (guitarrista) ficar irritado em cena com as perguntas provocantes e posteriormente ao assistir o resultado final do filme.
A capa do DVD
A lista de entrevistas realizadas exclusivamente para este documentário é grande (com exceção dos depoimentos do vocalista Joey Ramone, por ter falecido dois anos antes).  Joe Strummer (The Clash), Deby Harry (Blondie), familiares dos músicos da banda, Legs McNeil, Rob Zombie, Glen Matlock (Sex Pistols), Kirk Hammet (Metallica) dentre muitos outros, compõem a sequência.  Contudo, as falas estão editadas de forma a priorizarem as “feridas” da banda.  Já era de conhecimento público que Joey passou a odiar Johnny, por este lhe ter roubado e casado com a namorada.  Trauma jamais superado pelo vocalista e motivo de inspiração para a composição de muitas letras amargas.  O mesmo guitarrista Johnny impunha, quase militarmente, a liderança sobre os demais, a ponto de exigir o “uniforme” de jeans rasgado e jaquetas de couro.  Motivo de contestação por parte de Dee Dee Ramone (baixista criador da banda).  O excesso abusivo de álcool do baterista Marky Ramone, que chegou a ser afastado vários anos por isso, e o simples fato de todos terem de aturar a convivência entre si por anos, dentro de ônibus, camarins, hotéis e aviões, levou todos os membros ao stress, à fadiga e às crises pessoais.
Este tipo de documentário é excelente para quebrar o estereótipo de ídolo e mostrar ao fã como músicos, escritores, atores, dentre outras espécies intocáveis, são meros mortais que também teem seus problemas, as vezes até maiores do que os nossos, por estarem envoltos de mais pessoas interesseiras, mais negócios profissionais e o tão repugnante mainstream.
End Of The Century – The Story Of The Ramones” é altamente recomendável.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Especial English Dogs

Neste sábado (dia 28 de maio), o programa Vertical Classic Rock estará realizando um especial com a banda English Dogs, onde explorará músicas de toda a carreira do grupo, apresentando um panorama geral deste grande expoente do punk rock/hard core internacional.
O grupo inglês de hard core/crossover em sua formação clássica
Formada no ano de 1981, a banda inglesa de hard core English Dogs, teve em sua primeira formação os músicos Ade Bailey nos vocais, Graham Gizz Butt na guitarra, Jon Murray na segunda guitarra, Wattie Watson no contrabaixo e AndrewPinchPinching na bateria.  Já no ano seguinte gravam suas duas primeiras demo tapes, que lhes garantiram credibilidade para saírem em excursão pela Alemanha e Inglaterra abrindo shows do Discharge e do GBH no ano seguinte.  Também neste ano gravam o primeiro disco, um EP chamado “Mad Punx And English Dogs”.  Em 1984 sai o primeiro LPInvasion Of The Porky Men”, que tem um título com referência direta à polícia.  No mesmo ano lançam outro EP com o nome de “To The Ends Of The Earth” e apresentam uma forte influência de heavy metal no som.  Na verdade, o grupo abraça a filosofia de um movimento que havia sido criado no meio musical underground.  O “Crossover” tinha como ideal principal a união de todas as tribos em prol de um bem comum, que era a luta contra todo sistema de governo.  Os shows começaram a ser frequentados por todo tipo de simpatizante com as idéias propostas.  Punks, hippies, junkies, skatistas, skinheads, headbangers e outros, estavam entre o público que era simplesmente proibido de brigar e tinham a obrigação de praticarem a tolerância entre si.  Em 1985 gravam o disco “Forward Into Battle” que reforçou a sonoridade com a fusão de punk e metal.  Uma curiosidade é que o movimento foi criado na Inglaterra, mas foi nos Estados Unidos da América que grandes bandas aderiram à causa.  Alguns nomes que assumiram foram Stormtroopers Of Death (ou simplesmente S.O.D.), Suicidal Tendencies, Anthrax, Dirty Rotten Imbecils (ou D.R.I.), Voivod, Living Colour entre outros menos conhecidos.  Em 1986 sai mais um EPMetalmorphosis”.  No ano de 1987 gravam o disco conceitual “Where The Legend Began”, que tem suas letras abordando o universo de “Senhor Dos Anéis” do escritor J. R. R. Tolkien.  Após esse trabalho o grupo se desfaz.  Em 1994 a banda retorna com nova formação e grava o disco “Bow To None”, que retorna com a sonoridade hard core.  Desde então, o grupo nunca mais voltará a tocar crossover, mantendo sua sonoridade fiel à suas raízes punks, mas logo após, novamente o English Dogs interrompe suas atividades.  O guitarrista Graham Gizz Butt monta o grupo de tecknoProdigy” em 1996, com o qual faz bastante sucesso.  Três anos depois Gizz deixa o Prodigy e remonta novamente o English Dogs, gravando o álbum ao vivo na Finlândia “I’ve Got A Gun”.  No ano de 2007 o grupo tem quase todos da formação original reunidos, com a exceção do baterista, que passa a ser Stu.  No ano posterior gravam o disco “Tales From The Asylum” e continua em atividade até hoje fazendo shows.

domingo, 22 de maio de 2011

Almanaque Do Rock

Lançado no ano de 2010, esse “Almanaque Do Rock” vem pra atestar a sapiência no meio, de um homem que já era reconhecido como grande expoente do rock, décadas atrás.  Kid Vinil sempre escreveu sobre música e publicava registros assim ainda pela Somtres, que vendiam em bancas de revista.  Agora sai sua publicação definitiva.
Capa do "Almanaque Do Rock", disponível nas livrarias
Desta feita o relato está mais apurado e muito melhor elaborado.  Conforme declaração do próprio Kid, ele foi simplesmente escrevendo automaticamente e não demorou pra fechar o trabalho.  Está tudo relatado em ordem cronológica conforme décadas.  Iniciando toda a história do rock and roll na década de 50 com os velhos medalhões que já é de praxe, passando pelo blues, jazz e gospel, Elvis Presley, Chuck Berry, Little Richard, Jerry Lee Lewis e muitos outros, até a década 00 com Linkin Park, System Of a Down, Libertines, Franz Ferdinand e outros.  Todas as sub-divisões de estilos com os seus maiores representantes estão presentes.  Alguns são apenas citados, outros teem páginas inteiras.  As citações não se resumem somente aos nomes dos artistas, mas também às principais músicas e aos discos mais significantes.  O mais bacana é que não se trata apenas de um relato com citações.  Existem narrações de histórias curiosas, em muitos casos fazendo valer o subtítulo “Histórias e curiosidades do ritmo que revolucionou a música”.  Cada capítulo, ou década como preferirem, tem um paralelo contando o cenário brasileiro.  Outro atrativo da publicação se dá nas inúmeras fotos de artistas e de capas de discos, muitas utilizadas do acervo pessoal de Kid Vinil.
Um registro que serve tanto para consulta de pesquisa quanto para o deleite dos amantes no gênero, “Almanaque Do Rock” vale cada centavo gasto.
Editora Ediouro.  248 páginas.